sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nosso

Me pego sorrindo abobado
Sorrisos por nada, por você
Então me lembro o ser do riso
E sinto que não podes vê-lo.

Nem ouvir o que guardo pra mim
Simplesmente por não saber o hoje
Nem o que o futuro esconde de nós.

Não é simples viver o que devemos
Quando todos lutam contra, até eu.
Saber o que sei e não poder gritá-lo!

Sobrevivi. Vivi até aqui o que deveria
Mas reviveria um dia, um segundo,
Diferente do que fiz. Quem diria?!

Só rogo que não me olhes tão profundo
Me levando à um lugar só nosso
Pra que não me perca e consiga voltar.

"Não há nada em que paire tanta sedução e maldição como num segredo." (Soren Kierkgaard)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Juvenil

Perdeu, errou, aceitou e não justificou
Hoje só lembra do que não fez
Faria, num futuro, assim, meio pretérito.

"Do or do not. There is no 'try'."(Master Yoda)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Solitude


"Um aventureiro precavido", foi assim que alguém me definiu certa vez. Ontem assisti um filme que se chama "O amor pede passagem". Filmão, trilha boa, bons atores, boa história. Mas o que mais me chamou a atenção foi o personagem Mike, funcionário e herdeiro de um hotel. O cara se apaixona por uma hóspede aparentemente inalcançável, independente, bonita, de cidade grande e sentimentalmente fechada. Ela faz com que ele se apaixone por ela (não por filhadaputagem, mas por que ela queria um pouco de aventura), depois ela vaza. Ele então decide atravessar o país atrás de alguém que mal lembra da existência dele.

Aprendi algumas coisas com todas as reviravoltas do filme:
1- Se você é realmente apaixonado por alguém ou alguma coisa, seja corajoso por ela, custe o que custar.

2- Seja quem você é o tempo todo. Fale o que tiver que falar, fale o que está sentindo, mesmo que isso possa soar babaca no ouvido de alguém.

3- Aventuras fazem parte da vida. E por mais pequenas que elas sejam, elas movimentam a nossa vida. Estar preso a um lugar, alguém, alguma coisa, que você não tem certeza de um futuro, não pode ser chamado de aventura, e sim risco mais seguro. Aventura é o novo, o renovado ou o eterno!

Quando os portugueses vieram para o Brasil, todos sabem que eles vieram em naus. Naus são barcos vélicos, ou seja, eles se movimentam através do vento. Nas cartas escritas durante a viagem, eu ri, ao perceber que os piores dias para os marujos, eram os dias de calmaria. Sem vento, sem ondas, logo barco imóvel. Sol escaldante, alimentos estragando e etc. As cartas relatam que os dias que eles mais se moviam eram os dias de tempestades. Sangue no-zóio, brother! Os tripulantes morriam de medo das tempestades, mas se era necessário enfrentá-las para chegar ao nosso objetivo, bora lá!

Se você quer calmaria, segurança plena, como eu queria até a um tempo atrás, aceite as conseqüências. Não conheça novas pessoas, não de risada dos seus erros, não chore de dor, não se molhe, não aprecie o gosto de uma possível vitória.

Quando sentir que aquele é o caminho certo, o seu caminho, mire suas velas em direção a tempestade, viva a tempestade, chegue a beira da morte e quem sabe isso não te levará mais rápido a sua terra prometida? Tudo é uma questão de atitude.


"O futuro não é mais incerto que o presente." (Walt Whitman)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Segredinho

Seguindo o tema "independência feminina"(depois do ótimo post #PARTIU), temos a participação da poetisa Karina Ciotto(@KaCiotto), dona do inspirador Rabiscaria Barata/Exit it. Vale citar que ela foi a grande incentivadora das minhas escritas, por isso, ela merece esse simples espaço pra divagar com exclusividade para o Vem Cá.




Eu sou segura. Ou pelo menos pareço. Eu sou workaholic. Ou pelo menos dizem que sou. Eu tenho espírito de liderança. Ou pelo menos já me desenharam assim. Eu falo incisivamente. Ah, eu sei que faço isso, he, defeitinho.

E eis que ao começar uma conversa qualquer, no trabalho, no grupo de amigos do antigo colegial, no grupo de amigos da igreja, no grupo de amigos da faculdade, em qualquer lugar, uma dessas conversas banais sobre qualquer coisa que envolve feminismo, o primeiro comentário que ouço é – Mas não fala perto dela. Ela é feminista! É o primeiro que ouço e o primeiro que rejeito. Mas que MANIA as pessoas têm de pré-julgar. Eu, não, - sempre digo – não sou feminista, não me confunda. E nem sou machista, antes que você pense assim. Esse tema não abrange apenas uma dicotomia. Eu sou FEMININA.

E aí alguns vão pensar: “ah tá, grande coisa, ela se veste de cor-de-rosa e usa coisinhas bonitinhas no cabelo e fala macio”. Não, não, não. Desconstrua, querido leitor, desconstrua. O meu feminina vai um pouco além do jeitinho delicado. Até porque, confesso, não é sempre que consigo ser sutilmente doce. Eu sou feminina porque feminista nem machista cabem em mim.

Não sou feminista porque não acho que preciso queimar meu sutiã e declarar ao mundo que sou igual aos machos por aí. Não quero direito iguais, nunca quis. Não sou machista, pois enquanto não quero direitos iguais, quero mais direitos e mimos. Quero que homem se sinta homem e mulher se sinta mulher, nas minhas concepções. Eu explico.

Antes de mais nada, leitor, informação pra você: moro sozinha com minha mãe. E sou eu que carrego as coisas pesadas, eu que tomo chuva, eu que mato a barata, eu que troco as lâmpadas, eu que abro o vidro de palmito e afins. Ora, eu sei que posso fazer isso. Mas acho também que um homem pode fazer essas coisas e milhares de outras muito melhor que eu. E eu quero pra mim um homem que as faça. Porque eu sou melhor nos detalhezinhos. Nas coisinhas de mocinhas, em cuidar das pessoas. E porque, me sabendo independente, eu quero ter a opção de depender, e depender de alguém que possa se pensar indispensável para mim nas pequenas coisas que fazem de uma rotina algo bom, suportável ou ruim.

Acho, prepotentemente, que quem é feminista e liberal demais, quer ser independente demais, é porque nunca o foi de fato. Imagine só, cuidar da casa, trabalhar e pensar em cuidar de um filho ao mesmo tempo. Deve ser terrível, pesado, exaustivo. O que não quer dizer que não seja factível. Mas eu questiono os resultados, pra essa pessoa (mulher ou homem) que venha a fazer isso. A vida pode (e deve?) ser leve, cada um no seu lugar, desde que haja concordância entre as partes envolvidas. Acho também que machismo é coisa antiga, não há mais motivos para acreditar que homem seja ser superior à mulher.

Não posso, porém ditar uma regra, e certamente existe quem vá discordar dessas minhas opiniões, ainda bem. Mas, mulheres queridas, pensem, pensem. Com todo o respeito e citando Schopenhauer... Nós conseguiremos o que quisermos dos homens, se formos espertas. Minha mãe aprendeu com minha avó que aprendeu com a minha bisa que {... [...(...)]} aprendeu com Eva. Seja esperta, seja FEMININA, que é tudo o que um MASCULINO procura, sem, no entanto, deixar de ter a íntima e secreta certeza que você pode viver sim, muito bem, sem ele. Mas ele não precisa saber... afinal de contas, muito melhor com ele, não? = )

"A Natureza, recusando-lhes a força,deu-lhes a astúcia, para lhes proteger a fraqueza..." (Arthur Schopenhauer)


Valeu, Ciotta!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

#Partiu


Blog de macho, que é blog de macho, tem partipação feminina. Por isso convidei algumas moças para me ajudar com o tema "independência feminina". A primeira delas foi minha parceirona Amanda Armelin(@amanda_arm), dona do recomendadissímo blog SaiDaqui, que discorreu sobre o tema de forma exclusiva para o Vem Cá.


Créditos da foto ao talentoso @rbarato. Bela foto!

E assim, meio que de repente, me peguei pensando em independência. No que essa palavra realmente significa. E cheguei a conclusão que é muito mais que não morar com os pais, pra ser sincera.

Em épocas de vencer paradigmas inglórios de uma sociedade hipócrita e instintivamente machista, ser uma mulher independente é bastante difícil, eu afirmo.

Desde que me conheco por gente, vi mulheres lutando por direitos iguais: No trabalho, em casa, ou no boteco da esquina. Conheci homens que cuidam da casa e dos filhos enquanto suas mulheres trabalham, e conheci mulheres que nunca aprenderam mais que pilotar um fogão e amamentar os filhos.


Confesso que não sou muito a favor de nenhum dos dois extremos. Enquanto o machismo me irrita, o tal feminismo é hipocrisia pura. Acho que direitos iguais, como o próprio propósito já diz, iguala os sexos, e que ninguém é mais que ninguém. Em absolutamente nenhum quesito.

Muita gente por aí pensa que mulher independente é feita de ferro. Que não chora, que não precisa de homem ao seu lado. Baita engano. Só porque ela “dá conta do recado”, não quer dizer que ela não tenha sentimentos, viu? Quando ela estiver de TPM, ela vai se entupir de chocolate e chorar por qualquer motivo besta. Ela vai querer alguém pra estar ao lado dela, e ajudar em tudo. Ela vai querer casar e ter filhos, sem cogitar deixar o emprego de lado. E romantismo vai ser SEMPRE muito bem vindo.


Só porque ela divide as contas com você, isso jamais vai quer dizer que ela não precise de flores de vez em quando. Pense nisso.


Voltando ao assunto, liberdade é algo que se conquista. Mas tem seu preço. E independência normalmente anda com ela.


Eu, por exemplo, saí de casa aos dezessete anos, por problemas familiares. Na época, a idéia me assustou muito, mas hoje vejo que foi um fator decisivo na formação de meu caráter independente. Meus pais já tinham feito a parte deles. Achei que estava na hora de provar que a educação que recebi serviu pra algo.


Administrar as finanças. Manter a casa em ordem. Trabalhar. Cozinhar. Ter uma vida social.

Deixar de sair com os amigos para lavar roupa (na mão). Trabalhar até mais tarde para pagar as contas no fim do mês (e voltar dirigindo de madrugada, de outra cidade). Diminuir a vida social para economizar grana. Não ter a roupa da moda. Cozinhar (sério, eu não sabia fritar um ovo).

Desafios que só me fizeram crescer. Aprendi com o tempo o preço e o sabor de ser quem eu sempre quis.


Hoje, tenho vinte e dois anos. Sou Formada em MBA. Financeiramente bem sucedida. Trabalho no que gosto. Tenho casa própria, e meio de transporte. Me dou alguns luxos. Pratico meus hobbies. Cozinho como ninguém. Tenho os melhores amigos do mundo. E encontrei a pessoa perfeita para estar ao meu lado. *.*


Feliz como nunca. Foi simples assim.


“Porque ninguém pode saber por ti. Ninguém pode crescer por ti. Ninguém pode buscar por ti. Ninguém pode fazer por ti o que você mesmo deve fazer. A existência não admite representantes.” - Jorge Bucay (1949-?)



Valeu, Amandinha!


sábado, 28 de novembro de 2009

Salvas




Taí uma lição que eu aprendi com a minha família: toda mulher merece ser tratada como uma princesa. Não estou falando por machismo, ou acho que elas são fisicamente mais fracas ou menos capazes que os rapazotes. Estou falando sobre merecimento, por mérito. Lembro até hoje quando disse que tinha começado a namorar e levei a mesma para apresetar à família, a minha avó me puxou para um canto, segurou o meu rosto com as duas mãos e disse "Se você algum dia deixar de tratar essa menina como uma princesa, você vai se ver COMIGO. É COMIGO!". Confesso que antes não ligava muito para cavalheirismo, mas nunca deixei de olhar uma mulher como um ser digno de admiração e por consequência, paparicos.

Particularmente, sabe o que eu acho que faz uma mulher ser assim tão especial? Ela ser mulher! Existem tantos tipos de mulher, como diria Martinho, "de todas as cores, de várias idades, de muitos amores... casada carente, solteira feliz... donzela...meretriz... e VOCÊ". E o que todas elas tem em comum? Elas têm o poder de persuasão feminino nas mãos delas. Feministas que me odeiem, mas é natural da mulher saber como controlar o homem quando querem. Nós somos naturalmente bundões: não resistimos as caras feias, os bicos, os charminhos, os draminhas e aos sorrisos como quem diz "POR FAVOOOOR" (e ai de quem disser que não fazem!). E é por aceitar esse fato, que eu acho indiscutível que as nossas moçoilas tenham em mãos o que querem (e o que está ao nosso alcance). Guarde isso para mais tarde: as mulheres precisam de bajulações.

Não sou machista. Odeio machismo, aquela idéia de que o homem é superior e que a mulher tem que obedecer o homem a qualquer custo, nem o contrário. Também odeio feminismo e acho do fundo do meu pensamento, que as próprias feministas criaram o machismo, mas este é outro tema. Mulheres que não se deixam ser mimadas de vez em quando, não permitem que a natureza siga seu fluxo. Guarde isso para mais tarde: os homens precisam ser sentir os fodões de vez em quando.

Lois Lane é esperta, independente, impulsiva, curiosa, sarcástica e terraquea.
Clark Joseph Kent é tímido, introvertido, racional, prudente e kriptoniano.

Lois uma vez disse para o nosso homem de ferro "O mundo não precisa de um salvador, nem eu.".
E então qual é a droga da cena mais conhecida de toda a saga?

Lois sobe o prédio. Lois vai para a beira da janela/parapeito/prédio. Lois cai.
Clark vê. Clark corre. Clark vira Superman. Clark voa.
Então ele a pega nos braços, soberano e desce com a leveza de uma pluma, enquanto ela olha profundamente nos seus olhos, com cara de "meu salvador".

Por que raios existem TANTOS super-heróis homens e tão poucas mulheres? Filhotas e filhotes, no fundo, o que todo homem quer, é uma garota que faça com que ele se sinta o Superman. E no fundo toda mulher procura um herói disposto a salvá-la, mesmo quando ela disser que não precisa. Tá. Tudo bem... Deixemos Kripton e salvamentos.

Você, meu jovem, não voa, mas você consegue pagar a conta do restaurante de vez em quando. Não tem visão de raio-X, mas consegue com o máximo de esforço possível, perceber que ela mudou o cabelo e dize-la que ficou linda. Você não tem raio de calor, mas pode fazer uma surpresa e comprar aquele sapato ou vestido que ela comentou com você (isso se você prestou atenção, por não achar aquilo futil). Você não tem super velocidade, mas consegue esperar que ela se arrume PRA VOCÊ sem fazer cara feia e estragar a noite de vocês. E vocês, mulherada, podem permitir que nós homens arranquemos um sorriso lindo e sem jeito de vocês uma vez ou outra, sendo cavalheiros e deixando de ser orgulhosas e teimosas, para que possamos sentir que cumprimos um pedaço da nossa missão na terra: Fazê-las felizes.

A natureza é incrível: Elas pedem, eles fazem. Elas ficam felizes, eles também (ou deveriam, manés).


"Romance é o processo. Amor é o objetivo." (Frase do livro, "1001 Maneiras de ser romântico")



PS: Sim, eu li o livro "1001 Maneiras de ser romântico". :-$

PS2: Sim, eu fiz uma analogia muito nerd com a fita do Superman.

PS3: Não canso de dizer: Infelizmente nasci romântico.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Resílio




Coisas que ocupam muito a cabeça. Mais especificamente assuntos "Homem X Mulher" (não posso dizer relacionamento, por que não tenho vinculos) têm atormentado cabeças, também, mais especificamente as dos meus amigos. Tem dias que só quero falar disso, reclamar, xingar e esbravejar. Alguns deles já me confidenciaram que já estão de saco cheio desses assuntos vindos da minha boca e eu sinceramente não ligo a mínima (afinal se eles não puderem me ouvir, quem irá? Bailaram. ;-) ). Mas uma situação essa semana me chamou a atenção: Enquanto falava do maledeto lenga lenga que tem sido minha vida sentimental, ouvi muitos esporros, sermões e tapas na cara de uma amiga. Ela me jogou visões que eu não enxergava e me falou verdades que pouca gente tinha coragem pra dizer. O interessante foi, ela terminou a conversa com "Bom dia pra você e desculpa a sinceridade".

Sinceridade nunca deveria ser um motivo de desculpas, muito menos quando eu precisava ouvir o que ouvi. Na verdade ultimamente o que eu mais tenho buscado nas pessoas é sinceridade. Nós camuflamos tanta coisa por achar que estamos passando dos limites e algumas vezes tudo o que o outro precisaria é que você fosse verdadeiro, ao menos uma vez.

Nós tentamos amenizar nossas palavras e ações, conforme a necessidade do ouvinte, para fazê-lo sentir-se bem e esquecemos de jogar a real, que a longo prazo fará muito melhor para ele do que um conselho brando.

E mais, tentamos esconder coisas boas por achar que vamos parecer bobos e que os bobos não têm vez. Simplesmente odeio a idéia de jogar num relacionamento (apesar de admitir ser necessário). Você não atende o telefonema para incomodar a outra pessoa; Você não admite estar apaixonado por que isso é antiquado; Você não se declara por que a outra pessoa vai ficar "em cima do salto". Não sei quantas vezes escrevi isso nos meus textos, mas não canso de escrever: infelizmente nasci romântico. Pra mim é horrível ver que eu não sou sincero por sentir que não estou recebendo sinceridade (Justo?). Ou então, algumas vezes somos egoístas ao ponto de esconder alguma coisa, por medo de NOS machucar, mesmo sabendo que isso faria bem a outra pessoa (Loucura? Talvez. Diria hombridade.).

Cansei de ouvir carinhos para me agradar e sentir que poderia receber uma verdade bem dita e concisa, que me faria feliz.

Obrigado a todos que são sinceros comigo por que sabem que isso me fará bem, por mais doloroso que seja. E obrigado aos que tentam amenizar as palavras para não me atingir, sei do seu intuito. Só não esconda de mim o que você sabe que me faria bem.





"Mesmo que suas mãos estejam tremendo e a sua fé esteja falida. Mesmo que seus olhos estejam fechando, faça isso de coração aberto. Diga o que tem que dizer." (John Mayer)

"Palavras duras em voz de veludo e tudo muda. Adeus, velho mundo!"(Hebert Viana)